O uso de inteligência artificial nas rotinas de RH: falhas algorítmicas no recrutamento de empregados
- Luis Carlos F. Jr. e Márcia A. L. Momm
- 21 de mar.
- 2 min de leitura

A Inteligência Artificial (IA) tem revolucionado as rotinas do departamento pessoal e da gestão de recursos humanos, trazendo maior agilidade na triagem de currículos e na análise de desempenho de funcionários.
No entanto, a tecnologia pode tomar decisões justas e imparciais? Nem sempre! A objetividade extrema da IA ignora critérios humanos essenciais e
pode reforçar vieses históricos, resultando em contratações e promoções que perpetuam desigualdades e discriminações.
Como a IA pode gerar discriminação no recrutamento e seleção?
Muitas empresas utilizam IA para analisar currículos, definir critérios para
entrevistas e prever o desempenho dos candidatos a vaga de emprego com
base em padrões numéricos. Ferramentas como os sistemas ATS filtram
automaticamente os perfis com base em palavras-chave e algoritmos de
pontuação, acelerando o processo e reduzindo a subjetividade.
Porém, a aplicação indiscriminada desses modelos pode gerar exclusões
indevidas. Um exemplo conhecido é o da Amazon, cujo sistema de
recrutamento automatizado favorecia candidatos homens, pois os dados
utilizados para treiná-lo refletiam uma cultura corporativa predominantemente
masculina.
O resultado? O algoritmo passou a descartar currículos que mencionavam
termos como "mulheres" ou "universidade feminina".
IA na avaliação de desempenho: um risco para a equidade?
Além da seleção de candidatos, os algoritmos também são usados para avaliar
desempenhos e recomendar promoções ou demissões. Mas e se o algoritmo
aprender padrões enviesados sobre produtividade? Isso pode levar a
favorecimentos injustos e prejudicar certos grupos de empregados,
perpetuando desigualdades dentro das organizações.
Como mitigar esses riscos?
Para evitar injustiças no uso da IA no RH, algumas medidas são fundamentais:
✅ Sempre incluir revisão humana em decisões tomadas por algoritmos,
garantindo uma análise ética e justa;
✅ Auditorias e transparência nos dados de treinamento, evitando vieses
implícitos nos modelos;
✅ Testes periódicos para identificar padrões discriminatórios em seleções e
avaliações;
✅ Maior fiscalização por órgãos reguladores sobre o uso da IA nas
relações de trabalho;
✅ Garantia de direito de recurso para os profissionais afetados por
decisões automatizadas.
A legislação trabalhista também precisa evoluir, assegurando que a automação
na gestão de pessoas não amplifique desigualdades estruturais.

Como garantir que a IA seja uma aliada da inclusão?
O uso responsável da Inteligência Artificial exige um equilíbrio entre inovação e
ética. Empresas e reguladores devem atuar com responsabilidade para que a
tecnologia seja um instrumento de inclusão e equidade, e não um fator de
exclusão ou discriminação.
Sua empresa está preparada para essa nova realidade?
A ITC Consultoria oferece suporte especializado para garantir conformidade
legal e evitar riscos trabalhistas no uso da inteligência artificial.
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